Festa Junina em Casa - Decoração Mesa Posta / Picnic Junino

Como tá seu ânimo pra comemorar as festas juninas em meio à quarentena?

Essa é uma festa típica de rua, com aglomeração, gente gritando, correndo e dançando e eu tinha imaginado para esse ano um editorial ao ar livre, inspirado nas festas da colheita, mas tive que resolver minha vontade de São João num cantinho no meu home office mesmo, rs.

Eu já dei várias dicas sobre como fazer festa em casa na quarentena nesse post aqui e hoje queria mostrar outras possibilidades...

Nesse post, eu usei um outro canto da casa, transformei um banquinho em mesa baixa e ao invés de usar só coisas que já tenho em casa, peguei emprestadas algumas peças do acervo da Dona Festeira, que é uma empresa de locação e uma das minhas grandes parceiras aqui em Brasília (você pode fazer o mesmo e pegar peças desse acervo gigante, caso queira dar uma variada e criar uma mesa ou um cantinho diferente em casa pra comemorar qualquer data).

A questão desde o comecinho aqui era desligar a chave e abandonar de vez a ideia de festa da colheita em ambiente aberto; a gente tá em isolamento e isso é um fato incontestável, então, ao invés de tentar recriar uma festa da colheita dentro de casa, revisitei algumas memórias e fiz uma colcha de retalhos com várias referências nostálgicas.

E como de costume, boa parte das minhas viagens começam por uma playlist, né...

A de São João tá uma misturinha deliciosa de tudo o que eu coloquei aqui, de forma sonora:

Um pouco sobre as referências...

A primeira das memórias é a da flor de cosmos, uma florzinha com cores bem vibrantes que eu adorava catar no mato quando era criança e que serviu como base para a criação das ilustrações que fiz para a papelaria da mesa posta que eu desenvolvi.
Fui pesquisar um pouco sobre essa plantinha -que cresce feito praga- e descobri algumas coisas bem interessantes sobre ela: seu nome, cosmos, vem do grego e significa equilíbrio, ordem, beleza e harmonia.

As cores mais comuns são laranja e amarelo, cores diretamente ligadas à alegria, coragem e vitalidade (alguém precisando nesse momento? rs).

Geralmente, a gente associa festas a uma cultura ou lugar específicos e, no caso das festas juninas, costumamos pensar imediatamente no nordeste, mas eu quis misturar um pouco das minhas lembranças nordestinas (do tempero da minha vó, da água geladinha do filtro de barro no copo de alumínio e do galo do tempo (quem lembra?) -que minha vó guardava numa mala e que eu sempre mexia quando ela ia à vendinha do bairro, pra ver se ele tinha mudado de cor) com recordações de uma amiga mineira da minha mãe, que sempre recebia a gente com tanta fartura e era tão querida que eu considerava como tia.

Os pratos de ágata, as receitas feitas com milho e as conversas dos adultos sobre a vida no interior estavam sempre lá e continuam vivos de um jeito muito especial no meu coração.

Eu sempre (SEMPRE MESMO) repito que "se eu não sou igual a você, porque  minha comemoração tem que ser?" e esse lema aqui é levado muito a sério.

Agora, na quarentena, onde encontrar parentes para comemorar e se abraçar não é uma opção, trazer para perto lembranças é um bom caminho pra gente ter por perto, de alguma forma, as pessoas que fazem parte da nossa história e isso significa que seu São João em casa pode e deve ser único porque ninguém tem uma história igual à sua com a sua família e amigos...

Sensações, pra mim, são sempre elementos muito poderosos na criação de qualquer coisa e aqui, elas guiaram a escolha de cada detalhe: se a gente não pode ir pra rua viver tudo o que uma festa junina nos proporciona, que ponto em comum  podemos encontrar entre a festa da rua e a nossa casa, para  potencializar e viver um pouco disso aqui, do lado de dentro?

Pensando nisso, formatei uma cartela de cores com base neutra, entre tons de bege e marrom -cores que remetem ao aconchego e o "quentinho", sensação parecida com a que temos quando colocamos casaco, bota e vamos atrás de comida e caldo quente nas barracas de quermesse.

Mas eu não queria uma festa tão apagadinha e trouxe complementos para a cartela: um rosa pálido mais sequinho, que reflete a decoraçã o típica dos milleniais (pra lembrar que a gente tá dentro de casa, sim, e tá tudo bem) e um laranja mais queimado, como referência à flor de cosmos. 

Esse foi o caminho entre definir aconchego como palavra-chave e a derivação disso para a cartela de cores.

O próximo passo foi definir o formato: enquanto tava conversando por facetime com a Mandy, do Blog Starving -que também adora uma festa e um DIY-,  a gente decidiu fazer um desafio entre a gente mesmo, trabalhando os dois, com temas diferentes em um formato parecido: um picnic indoor junino.

Ou seja: além do que eu tô compartilhando com vocês aqui, vai ter um monte de outras idéias e tutoriais lá no blog e no IGTV dela, tudo sobre São João em casa.

Festa junina é muito sobre sabores, né?
Eu queria muito ter um bolo de tapioca na mesa e tentei fazer por conta própria.
Esqueci de pedir dicas pra minha mãe, que faz com maestria (não quis incomodar) e óbvio que não deu certo. KKKcry.
Eu mostrei meu momento "chefs da quarentena" nos stories e graças à comoção da Anete, uma amiga querida que trabalha também com produções e sabe como são esses perrengues, chegou aqui em casa esse bolo bonito aí da foto -bonito e delicioso, direto do Labecca Café.

E é claro que as receitas de milho não poderiam ficar de fora :D
O cural foi servido em canequinhas esmaltadas customizadas com adesivos da cartela que eu fiz -com ilustrações temáticas da papelaria (tem caju, andorinha, capelinha e sagrado coração).

E por falar em papelaria: eu me esmerei muito nessa, viu...

Aliás, se tem uma coisa para qual essa quarentena tá servindo, é para eu treinar as ilustrações.
Inclusive, tô muito feliz com a evolução do traço em poucos meses :)

Dos rabiscos que fiz, surgiu também uma cartela de bingo que a gente vai poder usar no bingo virtual que tô pensando em fazer dia 24.

Bora?

Eu amo os docinhos de amendoim típicos das festas juninas (todos eles), mas confesso que tenho uma certa preguicinha daquela mesma apresentação de sempre -dentro de mini chapeuzinho de palha- e, por isso, pensei numa embalagem diferente: uma luvinha pra revestir os doces, que ficam mais apresentáveis na mesa e ainda podem servir de mimo, que você pode enviar para a casa de uma amiga ou parente que more perto.
Além disso, é uma forma criativa de trazer mais elementos temáticos pra mesa sem precisar de um acervo gigantesco.

Canjica ou mugunzá?
Eu sempre chamei de canjica e escolhi colocar essa coisa deliciosa em mini copos americanos com estampinha -como a base é "branca", o desenho do decalque se destaca mais.

Super rola de customizar copo americano comum ou até mesmo copo de requeijão com adesivo também.

Nesse balaio, eu adaptei uma referência gringa de guirlanda de franjas e coloquei aqui como representação das fitas que me encantaram no céu de Olinda (vai ter tutorial já, já... fica de olho pra não perder).
E as bandeirinhas tradicionais não ficaram de fora: elas dividiram espaço com a guirlanda, complementando a decoração da mesa e fazendo um link entre a parte suspensa, os arranjos que a Paula da Papoularia fez e a parte de baixo da decoração através das cores.

Eu acho que apresentação faz toda diferença na forma em como a gente aprecia e se relaciona com a comida e adoro variar pratos e talheres em casa, mas aqui eu queria algo novo e peguei mini panelinhas lá na Dona Festeira pra colocar comidinhas dentro.

A porção é pequena, mas quando se tem várias coisas no "menu", é bem de boa servir porções menores.

A panelinha foi usada pra servir galinhada, que é uma comida típica das festas juninas que eu amo.
Essas panelinhas me fazem lembrar alguns restaurantes goianos e mineiros, mas também rola de usar marmitinhas de alumínio ou até mesmo pratos esmaltados (aqui, eu usei um prato raso de ágata como uma base para a panelinha -que deu efeito de sousplat- por cima do jogo americano).

Um detalhe importante aqui sobre a combinação dos objetos da mesa: eu queria um toque campestre (meio casa da fazenda da novela "Chocolate com Pimenta") misturado com uma vibe nordestina, tudo isso com aquele aconchego visual, mas nada muito caricato.
Como resolver a conta?
Esmaltados com formas e linhas simples + talheres antiguinhos garimpados em antiquários remetem simultaneamente ao nordeste e à vida bucólica no campo mas de um jeito bem fresco; e a madeira nos suportes, boleiras, juntamente com as almofadas, plantas e outros detalhes trazem a vibe de aconchego, daquele jeito que você olha e tem vontade de sentar e aproveitar cada minuto ali...

Tudo isso foi misturado com algumas peça mais literais, tipo os banquinhos de madeira, a chaleira com cara de antiguinha e até mesmo o toque lúdico dos patinhos.

É uma mistura que dá certo porque a base já é neutra e com respiros o suficiente para a gente brincar sem perder a mão.

Ou seja: quer tentar uma festa junina mais moderna, descoladinha e sem afetação em casa também, do seu jeitinho?
Tente misturar peças simples e bem neutras de casa (tipo os copos, talheres e pratos mais simples e neutros possíveis) com coisas antiguinhas tipo fotos de família, acessórios e lembranças de viagem.

Quanto mais neutra a base, mais tranquilo de fazer essa mistura, sempre mantendo uma proporção entre os espaços na sua composição.
Geralmente, você não precisa de muito pra tazer valor afetivo e um toque lúdico para uma mesa posta. Provavelmente, duas ou três peças com mais personalidade já vão fazer muita diferença.

E como eu tava com o fogo no habo bem atacado, empolguei na papelaria e fiz até caixinha para cachorro quente.

A gente testou aqui e tá aprovada, viu?

Imprimi em papel com gramatura 180 e, na hora de servir,  fiz uma caminha para o cachorro quente com guardanapo de papel.

Assim, o molho do cachorro quente não destrói a apresentação da caixinha -e já fica bem prático pra quem vai comer também.

Aqui em baixo, um pouco mais de detalhe das ilustrações:

A cartela de adesivos foi feita pensando em customização de objetos que você possa usar na decoração como canecas, caixas e vasos.

E obviamente, você pode usar para outras coisas, no dia a dia também.

Tem ilustra de chapéu penduradinho na parede, caneca e chaleira de ágata, filtro de barro, um mandacaru cor de rosa e uma versão adaptada da minha jaqueta favorita no mundo.

O kit completo vem com cartela de adesivos, jogo americano, bandeirinha, caixa para cachorro quente e embalagens para docinho.

Você pode adquirir a sua clicando AQUI

Lembrando que tem várias ideias nos posts do ano passado, com tutoriais e dicas aqui.

Espero que vocês tenham gostado do resultado tanto quanto eu e que todas essas ideias sirvam de inspiração pra você fazer uma festa junina bem maravilhosa em casa também -e que, acima de qualquer coisa, você consiga exercitar a criatividade para criar algo que tenha sentido para você.

Muitíssimo obrigado às minhas amigas e parceiras empreendedoras locais maravilhosas que ajudaram com a produção:

Mobiliário e objetos: Dona Festeira
Comidinhas (galinhada, cural, canjica e milho): Don Giuliano
Bolo de tapioca e paçoca vegana: Labecca
Flores: Papoularia

P.s.: Dona Festeira está atendendo online e com horário marcado na loja, seguindo todas as regras de higiene e segurança.

Don Giuliano está com cardápio especial de Festas Juninas e a galinhada é uma delícia.

Lembrando que dia 24 tem bingo online.
Eu volto logo mais com um post com o regulamento e a cartela para download, combinado?

Bjs do Math e até a próxima!