COBOGÓ: amorzinho retrô em BSB

Quem acompanha o blog há mais tempo deve se lembrar de uma tag chamada "Escondidinho" que eu iniciei no ano passado -mas infelizmente tive que interromper a ideia por causa da faculdade e da falta de tempo pra viver.
Pra quem é novo por aqui, a ideia da tag é mostrar lugares, pessoas e projetos bacanas, coloridos e inspiradores que estão espalhados pela cidade.

A princípio, a ideia era mostrar apenas lugares relacionados à gastronomia, por isso o trocadilho com nome de comida; acontece que Brasília tem muita coisa legal escondida entre os blocos das quadras e eu me propus a mostrar o que temos aqui além da arquitetura de Niemeyer e da politicagem (e que pessoas que -como eu-  adoram coisas fofas e frufrus podem ser felizes aqui).

Hoje, no retorno da tag, vou apresentar a vocês o Cobogó, que está na lista dos lugares com os quais eu mais me identifico na cidade, tanto pela linguagem retrô quanto pela curadoria dos objetos sensacionais que a gente encontra lá dentro.

O Cobogó é o tipo de lugar onde eu entro e já começo a procurar o termo de declaração de falência pra eu assinar e dar adeus a essa vida de Paris Hilton que eu nunca tive...
Mix de loja e café, o Mercado de Objetos fica na 704/705 Sul (ao lado de uma árvore gigante que a galera se orgulha de dizer que é a melhor da cidade), bem escondidinho "nos fundos" da quadra, no cantinho da parte de trás, o que, na minha opinião, dá ainda mais charme ao lugar, que sempre me me traz uma nostalgia delicinha -aquela boa e velha sensação de estar num lugar quase cenográfico que te faz sentir dentro de uma cena de filme, sabe?

Eu poderia apenas dizer que o lugar é muito fofo e chamar todo mundo pra ir lá tomar uma coca cola bem gelada na garrafinha fazendo a miga old school, mas minha relação afetiva com esse tipo de lugar é bem maior que isso e esse post merece um pouco mais de carinho...


Com uma identidade visual bem cinquentinha -a loja é toda azul bebê, vermelho e branco-, o Mercado Cobogó hospeda em seu interior uma cartela ampla de cores e texturas nos objetos expostos, que vão de molduras a journals (a variedade é bem grande!), tudo de um jeito bem descoladinho que me faz lembrar de alguns lugares fofos que conheci em Buenos Aires e no Uruguai -que capricham bastante no lance da experiência sensorial.


O que pouca gente sabe -pelo menos eu não sabia- é que o Cobogó surgiu como uma feira de arte, design e artesanato contemporâneo no Casa Park, isso ainda lá em 2008. Depois de um tempo a parceria com o Shopping acabou e o evento migrou pra outro lugar até virar loja, o que aconteceu de forma natural, segundo a Mariana Dap, uma das principais responsáveis pela curadoria dos itens à venda no Cobogó.


Aliás, a Mariana trabalha com design há 20 anos e, como uma das responsáveis pelo Mercado, tirou algumas das minhas dúvidas sobre o Cobogó, a relação da loja com a cidade e a dificuldade de trabalhar com design numa cidade como Brasília.

Ela me contou que apesar do objetivo da loja de trazer itens diferenciados pra inspirar as pessoas e deixar Brasília mais feliz e de toda a preocupação com a experiência sensorial, ainda existe uma barreira a ser derrubada, que é o receio de algumas pessoas em relação à arte e ao design em nossa cidade.
Triste, porém, verdade. Mas eu fico feliz que eles sejam insistentes e estejam lá firmes e fortes ano após ano.


Pra quem não sabe, cobogós são bloquinhos vazados de concreto que eram usados nos primeiros prédios da cidade com a intenção de deixar fluir a ventilação; um elemento que faz parte da arquitetura e da história da cidade.

Mas além da escolha do nome da loja como uma forma de homenagear Brasília, o Mercado se relaciona com a cidade através da história dos proprietários, que cresceram por aqui, apoiam a ocupação do espaço urbano e escolheram as quadras 700 propositalmente pelo espaço amplo que elas proporcionam, já que os eventinhos continuam "na veia" do Cobogó.

E o que é que esse Mercado tem?

A identificação natural que tive com o espaço e o mix de produtos da loja não rolou por acaso: o retrô foi pensado propositalmente porque a turma do Cobogó também acha essa estética linda e porque gostam de trabalhar com memórias afetivas. Ou seja, não teria como alguém como eu não se apaixonar, né...


Por falar em retrô, lá sempre tem plaquinhas, latinhas, acessórios e uma infinidade de mimos com carinha de anos 50, meio diner americano, sabe?
Minha wishlist do Cobogó inclui quase todos os produtos da loja, pra vocês terem uma ideia... aliás, minha wishlist inclui arranjar um puxadinho pra morar ao lado do Cobogó de vez, rs.

 Pra vocês que me perguntam por moldurinhas: lá sempre tem!
Amontoadinho de propósito, com tudo pensado pra ficar bonito e harmônico, do jeitinho que eu gosto... <3
Além de objetos de decor e molduras, lá tem coisas fofas de papelaria:
bloquinhos, post it, cartão, caderninhos, etc e tal...

O CAFÉ

Lembram que eu falei no comecinho do post sobre café? Então, na parte da frente da loja tem um cantinho que parece cozinha de vó, bem anos 50, revestido com azulejos azul bebê, do jeitinho que eu queria que a minha cozinha fosse (só que a minha seria azul e rosa, ahaha)...

Olha a jarrinha de abacaxi marcando presença por lá também:
O bolo de cenoura de lá é famoso, mas...
... foi o integral de banana com mel que roubou meu coração!

É isso, gente: esse é o Cobogó, mais um dos meus lugares preferidos aqui na cidade, uma prova de que Brasília também pode ser fofa com seus encantos.
Espero que tenham gostado de conhecer e tô aceitando convites pra um lanchinho lá qualquer dia a tarde :)

Logicamente, não poderia finalizar o post sem agradecer o carinho e a receptividade do pessoal do Cobogó quando eu expliquei sobre o projeto e falei que queria apresentar a loja no blog: muito obrigado pela abertura e por trazerem sempre tanta coisa linda e inspiradora pra nossa cidade querida!

Agora eu quero saber de vocês: o que vocês acharam?
Quem aí já conhecia o Cobogó? E quem tem dicas de outros lugares nesse estilo pra indicar?
Pode usar a caixinha de comentários aqui em baixo que eu vou ficar muito feliz em saber (e assim que tiver um tempinho, responder também)...

Cobogó
SCRN 704/705 Bloco E Loja 51/56

De segunda a sábado, das 9h as 19h (exceto terça e quinta, dias em que fica aberto até 20h30)

Fotos: Max Rocha

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